O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (22/2) que o governo federal estuda uma proposta de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) como forma de o país avançar com urgência no processo de reindustrialização. A afirmação foi feita durante participação na CEO Conference, evento realizado pelo banco de investimentos BTG Pactual.
“Estamos preparando um movimento, com o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira, do senador Ciro Nogueira, ministro-chefe da Casa Civil, e, principalmente, do presidente da República, para reduzir o IPI”, disse Paulo Guedes. “Vamos reindustrializar o país”, enfatizou.
O ministro afirmou que o país muda os marcos regulatórios do setor de energia enquanto, no mundo inteiro, o petróleo, a inflação, o gás natural, tudo está subindo “Ainda bem que fizemos a regulamentação do gás natural. Ainda bem que destravamos a fronteira do petróleo e gás. Agora precisamos reduzir os impostos. A agricultura está voando porque não tem o [Imposto sobre Produto Agrícola] IPA”.
Segundo o ministro da Economia, a indústria brasileira vem sofrendo com impostos altos, juros elevados e encargos trabalhistas excessivos. “Temos que atacar essas três questões. Vamos fazer um primeiro movimento agora e reduzir 25% do IPI”. Guedes argumentou que o crescimento acentuado da arrecadação federal deve ser transformado em redução de impostos para beneficiar milhões de brasileiros.
Ao analisar a retomada da economia, Guedes destacou algumas entregas feitas pelo governo federal. A democratização do crédito como forma de apoio às pequenas e médias empresas foi uma delas. “Pela primeira vez numa recuperação econômica, 48% do crédito foi para as pequenas e médias empresas, não para campeãs nacionais … Isso também está por trás da força dessa recuperação que a economia teve”, salientou o ministro.
Apoio aos entes federativos
Sobre o auxílio da União a estados e municípios, Guedes demonstrou confiança na administração eficiente, pelos entes, dos recursos em caixa gerados pelas transferências da União e retomada da atividade. No entanto, alertou que o momento é crítico, pois não se pode permitir que esses ganhos virem uma escalada de reajustes salariais. “Perdas salariais foram sofridas no mundo inteiro… não vamos mergulhar no passado tenebroso das reposições”, ressaltou.
Ajuste fiscal
“Houve uma revolução silenciosa no país. As reformas prosseguiram [em meio à pandemia]. Fizemos o maior reajuste fiscal da história do Brasil”, pontuou. Diante da observação feita pelo economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, interlocutor do ministro no painel, de que o ajuste fiscal feito durante a pandemia foi surpreendente, Guedes disse que o mais importante é manter a trajetória da economia com base na combinação de controle de gastos e avanço nos investimentos. “Podem acreditar no Brasil”, disse Paulo Guedes.
Fonte: Governo Federal